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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

AUGUSTO DOS ANJOS, A DOR COMO COMPANHEIRA.






Augusto dos Anjos foi um poeta brasileiro pré-modernista que viveu de 1884 a 1914. Sua obra “Eu e Outras Poesias”, foi publicada dois anos antes de sua morte.

Suas poesias trazem marcantes sentimentos de pessimismo e desânimo, além de inclinação para a morte. Com relação à estrutura, pode-se dizer que suas poesias apresentam rigor na forma e rico conteúdo metafórico.

Morreu ainda jovem (em 1914) devido a uma enfermidade pulmonar, deixando para trás suas carreiras de promotor público (formou-se em direito em 1906) e de professor, além de sua única e marcante obra.

em carnaiba, nos anos setenta tinha um bar por nome de "BAR DOS POETAS"
de um grande amigo meu, JOÃO DE DEUS. ou "DEDEUS", um profundo conhecedor de poesias e de AUGUSTO DOS ANJOS.
foi a partir dele que conhecí a obra de augusto dos anjos, confesso, fiquei encantado.
aquilo era algo revolucionário, uma linha poética que jamais tinha visto.
e alí ouvia na voz de "TOÍN" DE MARIQUINHA", recitar "MONÓLOGO DE UMA SOMBRA, era um manjar para meus ouvidos, que saudade!

                                          LIO DE SOUZA.

       
    VERSOS ÍNTIMOS 
                                                        (augusto dos anjos)
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

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