Total de visualizações de página

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

HELENA MEIRELLES, DO PANTANAL PARA O MUNDO.

HELENA MEIRELLES, UMA VIDA DEDICADA A VIOLA



Quando o assunto é viola caipira nós, brasileiros, podemos falar grosso. Temos uma seleção de primeira linha que faz da música caipira um gênero musical dos mais ricos e admirados. O esquadrão masculino é liderado pelo eterno rei da viola e criador do pagode, Tião Carreiro. Já a equipe feminina da música caipira não fica atrás, tem seu expoente máximo representado por Helena Meirelles, eleita a melhor violeira do mundo.
A Dama da Viola
Helena Meirelles nasceu em 13 de agosto de 1924 na fazenda Jararaca, no estado de Mato Grosso do Sul, na beira da estrada boiadeira antiga que ligava Campo Grande ao Porto 15 no rio Paraná, divisa com o estado de São Paulo. Filha do boiadeiro paraguaio Ovídio Pereira da Silva e da mato-grossense Ramona Vaz Meirelles, cresceu no meio da peãozada, escutando o berrante das comitivas de gado. Desde criança começou a se interessar pelo toque da viola, aprendeu a tocar sozinha observando seu tio e também os paraguaios (amigos de seu avô) que se hospedavam em sua casa.
Enfrentou grande resistência dos pais que tentaram, a todo custo, impedir que ela se tornasse violeira. Mas pra nossa sorte o destino de Helena Meirelles estava traçado e seu caminho se construiu no braço da viola. Helena conta que seu pai lhe ameaçava dizendo que iria cortar seus dedos, no que ela respondia sem medo: “pode cortar que eu toco com o que sobrar da minha mão”.
Fugiu de casa com 15 anos e teve seu primeiro filho com 17, no total foram 11 filhos em 3 casamentos. Dizia Helena Meirelles no auge de sua simplicidade: “Já tive filho bebendo cerveja na zona e também no pasto, no meio da boiaderama, ter filho, pra mim, era igual a galinha que botava um ovo e saia cantando”.
A Dama da VIola
Sua identidade musical foi construída com os ritmos do Mato Grosso e com influências da música paraguaia. Desde jovem começou a tocar viola nas festas juninas que aconteciam na beira da estrada boiadeira, na época em que o salão era iluminado por lampião e o chão era de terra batida. Helena dizia que gostava das festas familiares, mas preferia tocar na zona, na casa das mulheres da vida. “Na zona eu me divertia com a farra que os peões faziam e não via o tempo passar”. Helena contava ainda que nunca foi desrespeitada nos bordéis, mas cansou de ver os peões na zona do Porto 15 mexerem a cerveja com o cano do 38 e bater nas mulheres com guaiaca e espora.
Helena Meirelles subiu ao palco pela primeira vez em 1992, aos 68 anos, quando teve a oportunidade de se apresentar ao lado de Inezita Barroso e da dupla Pena Branca e Xavantinho, no Teatro do Sesc, em São Paulo. Neste mesmo ano um sobrinho enviou uma fita com gravações amadoras de Helena Meirelles tocando viola para uma revista especializada dos Estados Unidos.
Embora fosse bastante conhecida e admirada na região do pantanal, o reconhecimento artístico só aconteceu em 1993 quando a revista norte americana “Guitar Player” elegeu Helena Meirelles, aos 69 anos de idade, como Instrumentista Revelação do Ano. Foi eleita uma das 100 melhores instrumentistas do mundo, por sua atuação nas violas de seis, oito, dez e doze cordas. A publicação norte americana comparou Helena Meirelles a Keith Richards, guitarrista do Rolling Stones, e a Eric Clapton. Numa destas injustiças difíceis de serem explicadas, a valorização de nossa maior violeira aconteceu primeiro no exterior e depois aqui no Brasil.
Analfabeta (não sabia ler nem escrever), autodidata, benzedeira, parteira, lavadeira e apaixonada pelo pantanal, assim foi Helena Meirelles, uma mulher de fibra, dona de um talento musical inquestionável. Dizia ela com poesia, “quando escuto um burro urrar ou um toque de berrante, da vontade de voar no vento e cair no meio da boiaderama”.
Faleceu aos 81 anos, em 28 de setembro de 2005 na cidade de Campo Grande, vitima de parada cárdio-respiratória.

                                             pequisa fonte: google


                                                 LIO DE SOUZA

sábado, 28 de janeiro de 2012

J. BORGES, DA MADEIRA PARA O PAPEL, DO PAPEL PARA O CORDEL E DO CORDEL PARA O MUNDO!!!






J. BORGES
Nasceu no município de Bezerros, em Pernambuco, numa fazenda, e não teve acesso a mais que meio ano de escola.  Aprendeu a ler com os cordéis, que aprendia de cor. Seu primeiro folheto é de 1964  e depois aprendeu a técnica da xilogravura que o celebrizou. Seus trabalhos estão à venda, a preços acessíveis, em feiras e livrarias de todo o país.  Agora sai pela editora Lunário uma edição de seus textos — J. BORGES  Vinte historinhas de cordel para crianças -, pesquisa de Jeová Franklin., edição fac-símilar com xilogravuras originais, Brasília, 2008. São apenas 50 (cinqüenta) exemplares  com as gravuras todas assinadas pelo autor. Trata-se, portanto, de uma obra para colecionadores,  a preço  elevado, o que a afasta do público infantil. É possível que lancem uma edição mais popular. 
 A seguir reproduzimos um dos textos.
J. BORGES


HISTÓRIA DO HOMEM DO PORCO

Um matuto muito otário
que nunca aprendeu a ler
criou um casal de porco
dizendo ser pra comer
matou a porca e o porco
e foi pra feira vender.

Chegou na feira cedinho
arranjou uma barraquinha
colocou a carne em cima
e gritou a carne é minha
um freguês pergunta o preço
da carne da bacurinha.

Disse ele: a porca é da mulher
e o porco é todo meu
o preço do porco é o da porca
passou o dia e não vendeu
e já pela tardezinha
um comprador apareceu.

O comprador lhe falou
a carne é do meu agrado
eu compro a porca e o porco
se o senhor vender fiado
o meu nome é Sou-Eu
o negócio está fechado.
O matuto disse: está
você é um bom freguês
o homem disse: eu comprei
toda carne de uma vez
e garanto lhe pagar
daqui para o fim do mês.

O pobre homem foi embora
sem a carne e sem dinheiro
em casa disse à mulher:
encontrei um companheiro
que comprou-me a carne toda
e paga no fim de janeiro>

A mulher disse: tu és
um otário convencido
depois de tanto trabalho
dá o ouro ao bandido
mesmo assim eu quero o meu
para comprar um vestido.

Quando passou mais de um ano
numa noite calma e fria
o matuto viajou
e passando uma travessia
na mata escura ele viu
gente que vinha ou que ia.

E com medo gritou
de lá alguém respondeu
não tenhas medo colega
quem está aqui sou eu
o homem encostou e disse:
eu quero o dinheiro meu.

Disse o homem: qual dinheiro
que o  senhor diz que quer
ele disse: do meu porco
e da porca da mulher
você agora me paga
dê o caso no que der.

A quem eu vendi a carne
disse: que era sou eu
você respondeu agora
que esse é o nome seu
e por isso me pagas logo
a carne que tu comeu.

O homem pagou a pulso
sem comer e sem beber
apertado no punhal
sem poder se defender
deu o dinheiro que tinha
pra se livrar de morre.




                                                      LIO DE SOUZA

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"PERNAMBUCO NÃO É PARA AMADORES" LULA QUEIROGA, DE PERNAMBUCO PARA O MUNDO

 

 

 

Lula Queiroga

 Biografia

Nasceu no bairro de Água Fria.
Filho do jornalista e compositor Luiz Queiroga, tem ainda mãe cantora e irmão músicos.
Produziu em 2000 o curta-metragem "Assombrações do Recife Velho", exibido no Rio de Janeiro durante o seminário "Brasil 500 Anos, Nação e Região".
Ao lado de Lucky Luciano, Fernando Piancó e Ivan Santos criou o projeto multimídia Falange Canibal, que aconteceu no Rio de Janeiro no final da década de 80.
No ano de 1982 o grupo Céu da Boca interpretou de sua autoria "Cheiro do povo".
Em 1983 gravou em parceria com Lenine o disco "Baque solto", pela Philips. Neste disco destacaram-se as faixas "Êxtase" de sua autoria e muito executada naquela época e "Essa alegria"

] Obras

  • A moça na janela (c/ Zé Renato)
  • A rede (c/ Lenine)
  • Ah! se eu vou
  • Alzira e a torre (c/ Lenine)
  • Atirador
  • Cano na cabeça

 Discografia

(2009) Tem juízo mas não usa . Luni . CD
  • (2004) Azul invisível, vermelho cruel • Luni • CD
  • (2001) Aboiando a vaca mecânica • Luni/Trama • CD
.(1984) Presença . Polygram . compacto
  • (1983) Baque solto • Philips • LP
  • Lenine e Pedro Luís e A Parede). Circo Voador, RJ. (2005)



                                                LIO DE SOUZA

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PATATIVA DO ASSARÉ, UM GÊNIO!!!








Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará. É o segundo filho de Pedro Gonçalves da Silva e Maria Pereira da Silva. Foi casado com D. Belinha, de cujo consórcio nasceram nove filhos. Publicou Inspiração Nordestina, em 1956,  Cantos de Patativa, em 1966. Em 1970, Figueiredo Filho publicou seus poemas comentados Patativa do Assaré. Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Está sendo estudado na Sorbonne, na cadeira da Literatura Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel. Patativa do Assaré era unanimidade no papel de poeta mais popular do Brasil. Para chegar onde chegou, tinha uma receita prosaica: dizia que para ser poeta não era preciso ser professor. 'Basta, no mês de maio, recolher um poema em cada flor brotada nas árvores do seu sertão', declamava.
   Cresceu ouvindo histórias, os ponteios da viola e folhetos de cordel. Em pouco tempo, a fama de menino violeiro se espalhou. Com oito anos trocou uma ovelha do pai por uma viola. Dez anos depois, viajou para o Pará e enfrentou muita peleja com cantadores. Quando voltou, estava consagrado: era o Patativa do Assaré. Nessa época os poetas populares vicejavam e muitos eram chamados de 'patativas' porque viviam cantando versos. Ele era apenas um deles. Para ser melhor identificado, adotou o nome de sua cidade.
   Filho de pequenos proprietários rurais, Patativa, nascido Antônio Gonçalves da Silva em Assaré, a 490 quilômetros de Fortaleza, inspirou músicos da velha e da nova geração e rendeu livros, biografias, estudos em universidades estrangeiras e peças de teatro. Também pudera. Ninguém soube tão bem
cantar em verso e prosa os contrastes do sertão nordestino e a beleza de sua natureza. Talvez por isso, Patativa ainda influencie a arte feita hoje. O grupo pernambucano da nova geração 'Cordel do Fogo Encantado' bebe na fonte do poeta para compor suas letras. Luiz Gonzaga gravou muitas músicas dele, entre elas a que lançou Patativa comercialmente, 'A triste partida'. Há até quem compare as rimas e maneira de descrever as diferenças sociais do Brasil com as músicas do rapper carioca Gabriel Pensador. No teatro, sua vida foi tema da peça infantil 'Patativa do Assaré - o cearense do século', de Gilmar de Carvalho, e seu poema 'Meu querido jumento', do espetáculo de mesmo nome de Amir Haddad. Sobre sua vida, a obra mais recente é 'Poeta do Povo - Vida e obra de Patativa do Assaré' (Ed. CPC-Umes/2000), assinada pelo jornalista e pesquisador Assis Angelo, que reúne, além de obras inéditas, um ensaio fotográfico e um CD.
  Como todo bom sertanejo, Patativa começou a trabalhar duro na enxada ainda menino, mesmo tendo perdido um olho aos 4 anos. No livro 'Cante lá que eu canto cá', o poeta dizia que no sertão enfrentava a fome, a dor e a miséria, e que para 'ser poeta de vera é preciso ter sofrimento'.
  Patativa só passou seis meses na escola. Isso não o impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades. Não teve estudo, mas discutia com maestria a arte de versejar. Desde os 91 anos de idade com a saúde abalada por uma queda e a memória começando a faltar, Patativa dizia que não escrevia mais porque, ao longo de sua vida, 'já disse tudo que tinha de dizer'. Patativa morreu em 08 de julho de 2002 na cidade que lhe emprestava o nome.



“Sou filho das matas

cantor da mão grossa

trabalho na roça

deveras o destino.


A minha choupana

é tapada de barro,

só fumo cigarro

de palha de milho.


Meu verso rasteiro

singelo, sem graça

não entra na praça

no rico saloon


Meu verso só entra

no campo e na roça,

na pobre palhoça

da terra ao sertão.”








                                       LIO DE SOUZA 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

CORONEL MARCOLINO DINIZ, REPÚBLICA DAS "PRINCESA"



Marcolino Diniz em foto de 1930

Discórdias político-econômicas, as quais atingiram frontalmente as estruturas de poder que embasavam o mandonismo local na República Velha, envolvendo João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque e o "Coronel" José Pereira Lima, o qual foi considerado por Rui Facó, em “Cangaceiros e Fanáticos”, como o maior chefe político do interior do Nordeste, resultaram em um dos maiores embates armados do Brasil Republicano que figura na História como a Guerra de Princesa.
A contenda envolvendo o governo do estado da Paraíba e os principais expoentes do mandonismo local, nesse estado, teve início em 28 de fevereiro de 1930, quando da invasão da então vila do Teixeira (PB), com o aprisionamento da família Dantas, ligada por profundos laços de parentescos e interesses ao clã Pereira Lima de Princesa (PB).
Imortalizados através da genialidade ímpar de Luiz Gonzaga no baião "Xanduzinha", gravado no ano de 1950, com letra do iguatuense Humberto Teixeira, Marcolino Pereira Diniz e Alexandrina Diniz foram remanescentes da campanha de Princesa. Marcolino se destacou como importante lugar-tenente do "Coronel" José Pereira Lima, a quem era ligado por laços de parentescos, sendo cunhado e sobrinho do mesmo. Os dois protagonizaram uma romântica história de amor na área de exceção do sertão de Princesa. Marcolino disputou-a com fidalguia e serenidade com outro pretendente ao casamento, o médico Severiano Diniz, discípulo de Hipócrates que cuidou, junto com o Dr. José Cordeiro, do grave ferimento recebido por Lampião no célebre tiroteio contra a volante comandada pelo Major Teófanes Ferraz Torres, no qual o chefe bandoleiro teve o tornozelo profundamente afetado por disparo de arma de fogo.

Marcolino fôra incumbido pelo primo Severiano Diniz de entregar a Xanduzinha uma missiva expressando amor eterno em cada linha, não chegando à destinatária com a mesma intacta, pois a rasgou e mostrou-lhe os pedaços, aproveitando para pedir-lhe em casamento. Xandu, incontinenti, aceitou-o como esposo na hora. Nessa disputa romântica houve divisão na família Pereira Diniz, pois uma parcela ficou a favor de Marcolino e outra favorável ao Dr. Severiano Diniz.
Xanduzinha era filha do "Major" Floro Florentino Diniz, poderoso proprietário rural em Princesa e adjacências, dono de incontáveis propriedades rurias, localizadas na fronteira com Triunfo (PE). Irmão deste, de nome Laurindo Diniz, era dono da famosa fazenda da Pedra, ond,e em 1922 o primeiro bando de Lampião, após este assumir a chefia do grupo das mãos do comandante Sinhô Pereira, foi flagrado em fotografia tirada por Genésio Gonçalves de Lima.

No embate romântico, o "Major" Floro posicionou-se favoravelmente ao Dr. Severiano. A genitora da heroína de Princesa atendia pelo nome de Leonor Douesdt Diniz, tendo se decidido em apoiar Marcolino na disputa pelo amor de Xandu.
As oligarquias Pereira Lima e Pereira Diniz enriqueceram principalmente com o cultivo e a comercialização do algodão, exportado para Europa e EUA, via Rio Branco (hoje Arcoverde, estado de Pernambuco), por ramal ferroviário da Great Western, através do porto de Recife (PE), pela família Pessoa de Queiroz, ricos comerciantes com origens paraibanas. 

 coronel Zé Pereira, de Princesa

Patos de Irerê, localizado no sopé da serra do Pau Ferrado, a 18 quilômetros de Princesa, era o reduto de Marcolino Pereira Diniz, onde ele cuidava dos seus bois zebus nas fazendas Saco dos Caçulas e Manga, descansando após as labutas sertanejas em sua casa com varanda dando para o norte e para o sul.
Marcolino era filho do "Coronel" Marçal Florentino Diniz, poderoso e influente agro-pecuarista, dono da famosa fazenda Abóboras, localizada entre Serra Talhada (PE) e Triunfo (PE), a qual depois seria permutada pelo sítio Baixio com o "Coronel" José Pereira Lima, de quem era sogro e cunhado. A mãe do caboclo Marcolino, irmã do "Coronel" José Pereira, chamava-se Maria Augusta Pereira Diniz, filha do "Coronel" Marcolino Pereira Lima, natural de São João do Rio do Peixe (PB). O patriarca migrou dessa localidade paraibana em meados da segunda metade do século XIX e formou em Princesa um dos mais importantes blocos políticos que desfrutou a hegemonia política na Paraíba, principalmente após a consolidação do poder por seu filho José Pereira, quando do apoio a Epitácio Pessoa na disputa pelo senado na campanha de 1915, contra o monsenhor Walfredo Leal. 



A ênfase à homenagem a Marcolino e Xanduzinha posteriormente por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira foi referendada quando das refregas da campanha de Princesa, visto que a fim de viabilizar a mobilidade tática das tropas legalistas do governo paraibano que se empenhavam em desbaratar a todo custo a experiência desencadeada em Princesa, a qual com o apoio do Catete firmou Território Livre com absoluta autonomia, fragmentando-se durante meses do restante do estado da Paraíba, o Coronel Elísio Sobreira, comandante das forças militares a serviço do presidente João Pessoa, bem como Severino Procópio, delegado-geral do estado, além do Dr. José Américo de Almeida, Secretário de Interior e Justiça, dividiram o efetivo policial, composto se cerca de 890 homens, entre soldados e oficiais, em colunas volantes. O exército particular do "Coronel" José Pereira era estimado em mais de 1.800 combatentes, diversos desses egressos das hostes do cangaço e também da própria polícia militar paraibana, em razão de que muitos militares haviam sido incorporados à corporação pelo próprio "Coronel" José Pereira.

Assim, a Coluna Oeste, organizada pelo Tenente Ascendino Feitosa, responsável pelos trucidamentos do advogado João Dantas e do seu cunhado, o engenheiro Augusto Caldas, o primeiro assassino do presidente João Pessoa, fragmentou-se e partiu do povoado de Olho D'Água, pertencente na época ao município de Piancó (PB), onde estava aquartelado o comando geral de operações da Polícia Militar paraibana, dirigindo-se à Princesa, transitando pelos povoados de Alagoa Nova (hoje Manaíra, estado da Paraíba), São José e Patos de Irerê. Os comandos desta parcela da Coluna Oeste estavam incumbidos ao Tenente Raimundo Nonato e ao Sargento Clementino Furtado, o "Tamanduá Vermelho" das galhofas dos cangaceiros, cuja presença em Mossoró (RN) foi assinalada em 1927 após o frustrado ataque de Lampião a esta cidade potiguar. 




DIÓGENES DE ARRUDA CÂMARA, UM SERTANEJO NA HISTÓRIA POLÍTICA DO MUNDO.

Diógenes Arruda Câmara



Diógenes Arruda Câmara
NASCIDO EM IGUARACY-PE ENTÃO MUNICÍPIO DE AFOGADOS DA INGAZEIRA, em 1914, Diógenes Alves de Arruda Câmara foi um dos atuantes líderes comunistas brasileiros.

Era sobrinho do monsenhor Alfredo de Arruda Câmara.

Ingressou no Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil, em 1934, e ligou-se ao comitê da Bahia, para onde se transferiu, como funcionário do Ministério do Trabalho.

Foi editor da revista Problemas e escreveu, entre outras publicações, no jornal Tribuna Popular.

Durante o Estado Novo, viveu, por três anos, na Argentina, onde se articulou com vários comunistas.

Serviu de elemento de ligação entre grupos dissidentes do PCB, que terminaram se aglutinando em torno de Luis Carlos Prestes, durante a Conferência da Mantiqueira, realizada, clandestinamente, em 1943.

Diógenes Arruda fez parte, então, do comitê central do Partido.

Com o fim do Estado Novo, dois anos depois, teve papel de destaque na reorganização do PCB.

Foi eleito deputado federal por São Paulo, em pleito suplementar de 1947, na legenda do Partido Social Progressista (PSP), escapando, assim, da cassação de mandatos que se seguiria, com o cancelamento do registro do PCB.

Admirador de Stalin, teve contato pessoal com o líder soviético, ao viajar à URSS, e disso orgulhava-se.

Quando os crimes praticados por aquele dirigente foram denunciados, em 1956, e o comunismo brasileiro cindiu-se na apreciação das chamadas "atrocidades", Diógenes Arruda foi tachado de "stalinista", juntamente com os companheiros Pedro Pomar, João Amazonas e Maurício Grabois.

Em 1961, o PCB retomou a denominação de Partido Comunista Brasileiro, e, um ano depois, o grupo de Pomar fundou o Partido Comunista do Brasil (PC do B), do qual Diógenes tornou-se um dos dirigentes.

Com o movimento militar que, em 1964, depôs o presidente João Goulart, o PC do B incentivou a luta armada, organizando núcleos de guerrilha no interior do País.

Preso e torturado, em 1968, Diógenes Arruda foi libertado, em 1972, e exilou-se na França. Anistiado, voltou ao Brasil, em setembro de 1979.

Teve muito pouco tempo para se rearticular com os colegas de partido, pois morreu, no dia 25 de novembro desse ano, em São Paulo.


                                    FONTE DE PESQUISA: GOOGLE


                                              LIO DE SOUZA

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O VELHO LOURO DO PAJEÚ

  DO PAJEÚ PARA O MUNDO


  lourival Batista Patriota, o Louro do Pajeú, era repentista, considerado o “rei do trocadilho”. Nasceu em São José do Egito, sertão de Pernambuco, a 06 de janeiro de 1915.
Concluiu o curso ginasial em 1933, no Recife, de onde saiu com a viola nas costas, para fazer cantorias.
Foi um dos mais afamados poetas populares do Nordeste e, além da cantoria, a outra única atividade que exerceu foi a de banqueiro de jogo do bicho, mas sem sucesso.
Irmão de outros dois repentistas famosos (Dimas e Otacílio Batista) e genro do poeta Antônio Marinho (a “Águia do sertão”), foi um dos grandes parceiros do paraibano Pinto do Monteiro. Satírico e rápido no improviso, era temido por seus competidores.
Certa vez, um repentista que com Louro participava de uma cantoria terminou uma estrofe com os seguintes versos: “Sou igualmente ao dragão/Do Rio Negro falado”. Ao que Louro respondeu: “Pra ser dragão tás errado/Mas Lourivá já te explica/Tira letra, apaga letra/Tira letra e metrifica/Tira o “d”, apaga o “r”/Bota o “c” e vê como fica”.
Louro morreu em São José do Egito, a 05 de dezembro de 1992.



                                                                  LIO DE SOUZA.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SEXTA FEIRA 13, QUE TU ACHAS?


SEXTA-FEIRA 13, VAMOS ESCLARECER?


                                                    

             MITO OU VERDADE?   

Sexta-feira 13, mais uma vez. Não será a primeira e nem a última. Apenas mais uma. No entanto, para os supersticiosos, não é tão simples assim.

Segundo alguns pesquisadores, o mito da sexta-feira 13 teria sua origem em duas lendas nórdicas (ou escandinavas).

A primeira parece explicar o estigma do número 13 e conta que houve um banquete em Valhalla, o palácio para onde íam os guerreiros mortos em batalha, para o qual foram convidadas 12 divindades. Loki, o deus do fogo, talvez o mais controverso do panteão nórdico, não foi convidado e, enciumado, apareceu sem ser chamado e armou uma cilada para Baldur, o deus do Sol ou da luz, o preferido de Odin, deus dos deuses. Deste relato surgiu a idéia de que ter 13 pessoas à mesa para um jantar era desgraça na certa.

A associação com a sexta-feira parece ter vindo da segunda lenda nórdica, que fala de Frigga ou Freya, a deusa escandinava da paixão e da fertilidade. Segundo a lenda, quando as tribos nórdicas e germânicas foram obrigadas a se converter ao cristianismo, as narrativas passaram a descrevê-la como uma bruxa, exilada no alto de uma montanha. Dizia-se, então, que, para vingar-se, ela se reunia todas as sextas-feiras com outras 11 bruxas e o demônio, num total de 13 entidades, para rogar pragas sobre os humanos. Isso era usado para incitar a raiva e a animosidade das pessoas contra Frigga, embora nem sequer existissem figuras malignas como o diabo nessas culturas.

Como a sexta-feira era um dia consagrado à deusa Frigga ou Freya (cujo nome deu origem ao nome do dia da semana nas línguas anglo-saxônicas) e, portanto, ao feminino, o advento do patriarcado judaico-cristão fez com que esse dia fosse o escolhido para ser amaldiçoado, como tudo o que dizia respeito às mulheres, como a menstruação, as formas arredondadas, a magia, o humor cíclico, o pensamento não-linear, etc.

Estas lendas, embora muito anteriores, parecem ter sido consolidadas ou associadas ao relato bíblico da última ceia, em que havia 13 à mesa, às vésperas da crucificação de Jesus, que ocorreu em uma sexta-feira. O 13º convidado teria sido o traidor causador da morte de Jesus, Judas Iscariotes, exatamente como Loki foi o causador da morte do filho de Odin, por meio de uma cilada.

Lendas à parte, o fato é que, muitas pessoas, supersticiosas, evitam viajar em sexta-feira 13; a numeração dos camarotes de teatro omite, por vezes, o 13; em alguns hotéis não há o quarto de número 13, que é substituído pelo 12-a; muitos prédios pulam do 12º para o 14º andar, temendo que o 13º traga azar; há pessoas que pensam que participar de um jantar com 13 pessoas traz má sorte, porque uma delas morrerá no período de um ano. A sexta-feira 13 é, enfim, considerada um dia de azar e toma-se muito cuidado quanto às atividades planejadas para este dia.

Essa interpretação, porém, é tão arbitrária quanto regionalizada, já que em vários outros locais do planeta o número 13 parece ser estimado como símbolo de boa sorte. O argumento dos otimistas se baseia no fato de que o 13 é um número afim ao 4 (1 + 3 = 4), sendo este um símbolo de próspera sorte. Na Índia, o 13 é um número religioso muito apreciado e os pagodes hindus apresentam normalmente 13 estátuas de Buda. Na China, é comum os dísticos místicos dos templos serem encabeçados pelo número 13. Também os mexicanos primitivos consideravam o número 13 como algo santo e adoravam, por exemplo, 13 cabras sagradas.

O que então faz a diferença? O que faz com que o número 13 e a sexta-feira sejam positivos para alguns e negativos para outros, e ainda neutros para outros?

Mais uma vez é tudo uma questão de sintonia. Somos o que pensamos, transformamo-nos naquilo em que acreditamos, vivemos naquilo em que criamos para nós mesmos.

Cultivadas e difundidas há séculos, estas lendas vêm criando à sua volta todo um complexo espiritual e energético, alimentado e suportado pelas próprias mentes que crêem em seus relatos ou que, mesmo não conhecendo estes relatos, crêem nestas superstições.

Pensamentos e sentimentos são energia. Tudo o que pensamos e sentimos gera modificações vibratórias nas nossas energias, na nossa aura, no ambiente à nossa volta. E o mesmo acontece quando expressamos, ainda que silenciosamente, as nossas crenças, os nossos medos, as nossas superstições, opiniões, etc.

Crenças, símbolos, mitos e lendas cultivados por muito tempo e por muitas gerações tendem a criar imensos campos vibratórios coletivos (holopensenes), formados pelas emanações mentais e emocionais de todas as criaturas que, de alguma forma, se afinizaram e ainda se afinizam com os seus objetivos, princípios ou idéias. Como são muito grandes e também muito fortes, campos como estes podem perdurar por séculos ou nunca se extinguir se sempre houver alguém disposto a realimentá-los com suas crenças e idéias, modificando as energias ao seu redor e entrando em sintonia com aquelas energias.

Esses campos imensos estão por aí, suspensos, pairando sobre nós. Imaginemos, assim, o campo vibratório referente à desavisada sexta-feira 13. Quantas e quantas criaturas o vêm realimentando? E há quanto tempo? Baseadas em quê? Lendas antigas? Ou mitos criados por religiosos que nada mais desejavam do que afastar os povos de suas crenças originais por meio do medo para alcançar mais poder?

De que tamanho será que ele está hoje? E a cada sexta-feira 13 que aparece no calendário ele se torna um pouco maior, e mais forte, alimentado por supersticiosos que insistem em continuar repetindo mecanicamente manias dos seus antepassados.

A sexta-feira e o 13, juntos ou separados, na verdade, nada podem. Eles mesmos não têm poder algum. São inofensivos. O poder está em quem acredita que eles têm poder. O poder, para o bem ou para o mal, está em que acredita que eles podem criar, gerar ou fazer o bem ou o mal. Assim, se alguém acreditar que a sexta-feira 13 dá ou traz azar, irá se conectar ao respectivo campo vibratório já existente, contaminando-se de toda a angústia, o medo e o terror armazenados lá, atraindo para si algo da energia "ruim" que há ali, podendo, assim, provocar algo de "ruim" em sua vida. Não é, portanto, a sexta-feira 13 que traz azar, mas o supersticioso que vai buscá-lo toda sexta-feira 13, com os seus pensamentos, o seu medo, a sua própria angústia e falta de confiança.

O problema é que há tanta gente adepta do dito popular "no creo en las brujas, pero que las hay, las hay", que, sempre que aparece uma sexta-feira 13, o ambiente fica mais pesado, por causa das emanações das pessoas que, "só por precaução", ficam ligadas, procurando "sinais" de azar, tentando passar ilesas pelo dia que dizem que pode ser amaldiçoado. E aí, fica parecendo que a superstição tem algum fundamento...



                                              FONTE DE PESQUISA:  google


                                                                 LIO DE SOUZA

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

FÁBRICA DE CIMENTO EM CARNAÍBA, OPORTUNIDADE DE TRABALHO, DESENVOLVIMENTO GARANTIDO.










o normal, seria nossos jovens como sempre foi, ter que abandonar suas famílias e irem ao "sul maravilha" em busca de oportunidades na vida, hoje este quadro é diferente.
com o desenvolvimento, óbvio, claro, lógico, que se enxerga a olho nú, em carnaíba,
temos ofertas de emprego.
juntamente com pernambuco, carnaíba se densenvolve a todo vapor, hoje temos um comercio com ofertas de mercadorias de todo tipo, onde não se precisa sair daquí para comprar fora, 
o comercio já emprega muitos funcionários com carteira assinada, não sendo mais um sub-emprego.
várias empresas na construção civil, dando oportunidades a mais 400 pessoas, trabalhando na cidade e cidades vizinhas.

"O QUE MAIS DIZER DE UMA CIDADE QUE AVANÇA A PASSOS LARGOS A CADA DIA.
NA CERTEZA, DE UM PENSAMENTO COMUNITÁRIO, SEM NENHUMA SAUDADE DO PASSADO".



                                  LIO DE SOUZA 

PÓLO DE CONFECÇÕES EM PERNAMBUCO, UMA REALIDADE.

Pólo de confecções do agreste pernambucano é exemplo de sucesso

Ele garante 13% da produção nacional do setor, reúne 12 mil empresas e emprega 76 mil pessoas
Dilma Tavares
Giselle Rocha
Giselle Rocha O gerente do “Projeto de Desenvolvimento do Pólo de Confecções do Agreste”, Mário César Lins, apresentou números positivos das atividades na região durante a Urbis 2004
São paulo - O pólo de confecções do agreste de Pernambuco é exemplo de empreendedorismo de sucesso com grande impacto na economia local e na geração de emprego, respondendo, entre empresas formais e informais por 13% da produção nacional do setor, com faturamento de R$ 1,7 milhão, o que representa 3% do faturamento da indústria de confecções no País.

Os números foram apresentados por Mário César Lins, gerente do “Projeto de Desenvolvimento do Pólo de Confecções do Agreste”, desenvolvido na região pelo Sebrae em Pernambuco em parceria com o governo local e instituições como o Senai e o Senac, nos municípios de Caruaru, Toritama e Santa Cruz.

Lins participou, na quinta-feira (17), no seminário “Prefeitos Empreendedores e o Desenvolvimento Local”, que o Sebrae promove na Urbis 2004 – Feira e Congresso Internacional de Cidades, em São Paulo, com o objetivo de mostrar a importância que o apoio aos pequenos negócios representa para os municípios e incentivar essas iniciativas no País.

De acordo com o gerente, o pólo enfrentou sérias dificuldades. O projeto foi implantado há cerca de cinco anos. Ele foi para reestruturado de modo a estimular o desenvolvimento local por meio de várias ações, como a melhoria da qualidade dos produtos, da produtividade e do acesso ao mercado.

Hoje, explica, além dos números citados em relação à sua importância na produção nacional de confecções, o pólo reúne 12 mil empresas que empregam 76 mil pessoas, produzindo 694 milhões de peças e se transformou também em centro de produção de moda.

“Tudo isso está relacionado com a mudança de cultura e de atitude do empresário e é essa mudança que estamos buscando para melhorar a economia da região”, afirmou Mário Lins, adiantando que a meta, agora, é exportar.



                         fonte: sebrae.


                                         LIO DE SOUZA

PERNAMBUCO, UMA POTÊNCIA!!!

Economia de Pernambuco cresce mais do que a do Brasil no primeiro semestre

PIB do Estado subiu 5,7% nos seis primeiros meses do ano enquanto o do país registrou aumento de 3,6%; setor de construção civil foi o que mais cresceu

    Foto anterior
    A economia de Pernambuco cresceu mais do que a do Brasil nos primeiros seis meses de 2011. De acordo com o levantamento do Produto Interno Bruto estadual, divulgado nesta terça-feira (6), o PIB do Estado apresentou crescimento de 5,7% no primeiro semestre deste ano, enquanto o Brasil registrou 3,6%, na comparação com o mesmo período em 2010.

    Levando-se em consideração apenas o segundo trimestre de 2011 comparado a esse mesmo período no ano passado, o PIB de Pernambuco cresceu 5% enquanto o do Brasil aumentou 3,1%. Segundo essa pesquisa, realizada pela Agência Condepe Fidem, a construção civil foi o setor que impulsionou o crescimento do PIB estadual, indicador constituído pelo conjunto das riquezas geradas na economia (valor agregado por bens, serviços e impostos).

    Os dados mostram que, enquanto a construção civil cresceu 19%, o setor agropecuário registrou uma queda de 6,8% no segundo trimestre deste ano. Este último resultado deve-se à queda de produtividade nas lavouras da cana-de-açúcar e de banana, mas há uma expectativa de recuperação para o próximo semestre, de acordo com a Agência Condepe Fidem.

    Já o segmento de serviços apresentou uma variação positiva de 5,4% no segundo trimestre deste ano. E a maior variação nesse mesmo período ficou por conta do setor de indústria, que inclui a construção civil: o crescimento foi de 8,6%.



                                    fonte:  google.


                                                          LIO DE SOUZA

    segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

    PREVISÃO DE CHUVAS ESTE ANO PARA O NORDESTE.

    Primeiro trimestre de 2012 terá chuvas acima do normal







    Os primeiros meses de 2012 serão de chuva, nas regiões norte e nordeste, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A previsão elaborada pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e centros estaduais indica maior probabilidade de chuva na categoria acima do normal no norte da região Norte e norte da região Nordeste.

    De acordo com a previsão, apenas no centro-sul do Rio Grande do Sul as chuvas devem se situar entre as faixas normal, com 40% de probabilidade, e abaixo da normal, com 35% de probabilidade. Contudo, não se descartam condições de excesso de chuva em áreas das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste sob influência do sistema conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).

    As temperaturas devem continuar normais na maior parte do país no decorrer do trimestre, com possibilidade de valores ligeiramente abaixo da normal nas áreas onde há possibilidade de chuvas acima da normal.

    As condições de La Niña na faixa equatorial do Pacífico devem persistir até o início de 2012. Informações adicionais sobre as condições oceânicas e atmosféricas globais e a situação da chuva em todo o Brasil podem ser encontradas em

    FONTE INPE.

         mais informaçoes. http://www.infoclima1.cptec.inpe.br/



                                        

     LIO DE SOUZA

    sábado, 7 de janeiro de 2012

    PADRE MACIEL, ANTES DE TUDO, UM INTELECTUAL.

     SUA GRANDE OBRA:  "CARNAÍBA PÉROLA DO PAJEÚ"






    Frederico Bezerra Maciel




    Frederico Bezerra Maciel nasceu em Pernambuco em 1912. Grande estudioso, principalmente de temas regionais. Sacerdote, com estudos eclesiásticos em São Paulo, Rio de Janeiro e Olinda, especializados na Europa (Universidade Gregoriana de Roma; França; Suíça; sociologia, parapsicologia, psicoterapia, arte, estudos bíblicos...) e, por último, Técnico Agrícola em Pernambuco.
    Além disso, poeta, compositor musical, desenhista mormente arquitetônico e homem de ação e atuação social.
    Escritor singular, autor responsável pela impressionante e definitiva biografia - muito embora, ele mesmo, do alto de sua humildade, o negue - , obra épica Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado - em seis volumes.
    Conterrâneo de Lampião este assunto surgiu espontâneo e forte em Maciel, ainda menino, e fixou-se nele. Não, porém, como obsessão ou mesmo preocupação. - "Quem é este homem para ser tão perseguido?" - Perguntas como essa voejavam de sua mente e se misturavam ao apito nervoso dos trens bufantes, fumaceiros e poeirentos, transportando tropas volantes, ao toque estridente de cornetas, em demanda do sertão - o campo de batalha da Guerra de Lampião.
    Esse interesse, sem objetivo predeterminado, mas inconsciente e repticiamente, foi crescendo nele e aguçando aos empuxos da idade e do cultivo do espírito.
    E em junho de 1921, em Poço Branco, o primeiro grande combate de Lampião. Que assombrou o comandante das volantes tenente José Lucena e todo o comando da Polícia Militar, preocupou os governos, abalou os sertões, encheu os noticiários.
    Precisamente naquele momento, conscientemente despontou nele, explosivo e muito vivo, o interesse por Lampião através de incessantes notícias, estudos indiretos e leituras fortuitas, agregando-se como constelações, formando uma galáxia.
    Muito mais tarde (1952), viajando pelo mundo - percorreu quase toda a Europa, Norte da África, Ásia Menor e América do Sul -, sempre o acompanhava o pensamento do sertão. Realmente, trazia no peito o sertão nordestino! Aquele mundo de catingas caracterizadas por violentos contrastes e seu povo marcado pelo signo da incerteza. Em razão de seu ofício de sacerdote, de 1942 a 1950 palmilhou toda a imensa região precisamente a correspondente à geografia de Lampião, e a respeito dele colheu valiosíssimos depoimentos. Sertanejos de todas as condições o procuravam solicitando orientação para problemas seus íntimos e inquietantes, de consciência. História puxa história... E assim foi indagando, perquirindo, aprofundando os assuntos e deles se assenhorando. Após a saída de cada consulente, imediatamente anotava tudo, exceto o que pudesse identificá-lo, a fim de salvaguardar o dever do sigilo. Depoimentos de supremo valor! "Invejáveis!" - declarou emérito historiador, depois muito interessado neles.
    Em 1969, quando de fato decidiu realizar o trabalho imensamente grande de organizar cronologicamente milhares de anotações sobrevinha a Maciel fortes tentações de desânimo. Arrependia-se de ter começado. Mas tornava a fazê-lo. E assim, para sorte da História e a bem da Justiça, prosseguiu, sempre avante, passo a passo, até o fim.
    Pôs -se a par de toda a literatura sobre o assunto, compulsou para mais de 30.000 exemplares de jornais da época, publicados desde o Ceará até São Paulo; esquadrinhou 78 cartas geográficas e 44 plantas de localidades, a fim de traçar mapas-roteiros dos assucedidos lampeônicos. Buscou novos depoimentos em entrevistas, agora tecnicamente dirigidas. Volveu, por várias vezes, aos sertões do Reinado de Lampião à racolta de mais informações de seu tempo. Advertiu-se contra determinados entrevistados:
    - "super-heróis", diante de quem Lampião, coitado, só fazia correr...
    - "inocentes", mui temerosos de comprometimentos e engenhosamente assessorados para salvaguardar a "honrabilidade" de seus patriarcais patenteados...
    - "convencidos, embora honestos: só eles se achavam possuidores da verdade, que deve ser toda sua, lembrando aquela verdade de cada um de que fala Pirandelo: -"Cosi è, si vi pare"...
    - "Distorcedores" de fatos, em seu favor, por ódio... Chegou mesmo a divergir de alguns familiares de Lampião.
    Conforme suas palavras e reconhecido por nosso Conselho Editorial, semelhantemente às operações das farinhadas sertanejas, todo o material das entrevistas foi espremido para tirar a manipueira tóxica, e devidamente peneirada para separar a farinha pura e fina da verdade.
    Ao mesmo tempo em que intensificava as pesquisas, ia redigindo o texto. Nesses entrementes, dois escrúpulos mucicaram sua consciência, como ele diz.
    O primeiro reforçado por determinados zelosos fariseus: - "Ser-me-ia condigno escrever sobre um "bandido"? Compulsando, porém, os depoimentos chegou à conclusão: "O "bandido" em Virgulino era apenas um 'acidente'. Sua indiscutível genialidade superaria tudo o mais!
    Sabia que o que estava faltando era uma reposição biográfica de molde a enfocar a imagem real e verdadeira de Lampião, que substituísse a imprimidura desnaturada, desfeiteada, falseada por seus inimigos, através dos meios de propaganda, a fim de melhor persegui-lo e dele tirar proveito para seus inconfessáveis propósitos. Os depoimentos e as pesquisas, no entanto, revelaram-no autêntico. E se, a respeito dele, Maciel escreveu com entusiasmo, foi por uma razão de imposição de sua genialidade, que é traço dominante da personalidade de Lampião. E não foi com entusiasmo que Thomas Carlyle escreveu a "Revolução Francesa" e "Heróis"?
    Não há nenhum propósito contra ninguém na obra, inteiramente baseada, com imparcialidade, em depoimentos. Nada de imaginação, pressa ou caprichos. Escrito com absoluto critério de honestidade perante a verdade e com infinita paciência: pesquisa de 30 anos, 4.000 horas de redação, mais de 3.000 nomes de pessoas, mais de 2.000 nomes de localidades...Trabalho este que nada mais é do que a tradução, em livro, da mensagem histórico-social - protesto e desafio! - do Capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião!
    Em toda a obra, seguiu o linguajar do povo sertanejo com maestria e simplicidade. Sintaxe e termos. Os vocábulos populares correntes, à medida que iam surgindo das entrevistas, eram simplesmente incorporados, sem aspas ou tipos diferentes, em sua grafia e fonética, dialetais, plebeus, rurais, chulos, arcaicos... Afirma Maciel: "À louvável reforma gramatical se impõe outra, muito maior e mais importante - a linguagem brasileira."
    Diante da riqueza e da autenticidade dessa linguagem impressa na obra Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado, procuramos, em nosso artigo Lampião, o Capitão do Nordeste!, manter, na medida do possível, esta mesma linguagem inclusive baseando o artigo e utilizando-nos de trechos na íntegra da obra de Maciel, intercalados com observações e interpretações nossas. Também, simplesmente incorporando-as no artigo, em geral sem aspas ou tipos diferentes, uma vez que a afinidade com seu trabalho sobre o Rei do Cangaço é total, sincera e livre de competições ou pretensa superação literária, mesmo porque, consideramos a referida obra definitiva, conforme já dissemos. Além disso, o presente artigo também se utiliza de vários trechos na íntegra de sua obra já citada.
    Cabe aqui um adendo com as palavras de José Rafael de Menezes, Bacharel de Direito, professor universitário em Pernambuco e Paraíba, sociólogo, poeta, polígrafo, 15 obras publicadas, ao receber os três primeiros volumes do épico lampeônico de Maciel, antes de sua publicação:
    "Após a leitura, posso afirmar que toda essa peripécia se compensa. O escritor existe e provoca. Haveria de esperar, de um homem erudito, de um historiador, de um sacerdote à antiga, a verbosidade, o rigor clássico, a abundância retórica. Há surpreendentemente uma linguagem, audaciosa. Uma abertura quase insólita, pelo conviver e pelo misturar - como pelo inovar - termos e períodos, frases e conceitos, estrutura do ensaio gigantesco. Nada pacífico. Nada bem comportado. Um desafio ao leitor. Sem ter tido o propósito de seguir nenhum mestre (da literatura), vindo acidentalmente erguendo sua obra, o Pe. Maciel é pródigo como expositor... E sua documentação resiste, conduz a segurança da responsabilidade do autor e se comprova pelas fontes exaustivamente referidas. Estamos então diante de um livro. De um possível grande livro.
    Na missão que me foi confiada, de rever e sugerir uma reestruturação da obra, sinto-me vencido. É impossível alterar um trabalho que foi se erguendo em etapas e circunstâncias e que conduz a marca do seu autor, nada acadêmico. Limito-me a ler com proveito e deleito sertanejo. Possuo motivos de discordâncias em alguns pontos, mas na maioria das teses ou das versões, tenho me modificado. Acredito que o livro poderia ser bem menor, desde que há excessivo zelo por anotações, descrições, comprovações. Mas como já afirmei, é difícil alterar o conjunto. É quase impossível podar.
    O trabalho do Pe Maciel: Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado é grandioso e desafiante. Polêmico, exaustivo. Mas de uma grandeza que abala o leitor."
    A obra é uma festa, assim como a vida de seu protagonista. Viva, bem humorada, envolvente, terna, singela, séria, e, sobretudo, verdadeira. A justiça da História é lenta, mas infalivelmente chega.
    Um juízo de valor sobre Lampião, livre de deformações e de preconceitos, através de uma ótica transparente pela imparcialidade e pela veracidade dos fatos e informações bem averiguados, e, além disso, abrangente de acurado e profundo estudo da personalidade inteira de Lampião e do contexto sócio-político de seu tempo, surge na obra de Frederico Bezerra Maciel. Um tema palpitante do desenvolvimento sócio-histórico nordestino, capítulo candente da história do Brasil.
    De todos que Maciel ofereceu o material pesquisado ao longo de 30 anos, unânime foi a recusa. Diante disso: "Mobilizei e desdobrei tudo o que possuía de fé e alento, esforço e tenacidade. Trabalho ingente e desafiante: abrir um capítulo novo da história do Brasil através da reposição biográfica real daquele que foi o epicentro do reinado que criou e o manteve até o fim".
    Assim, esse imensamente grande material de pesquisas, sobre a impressionante complexa e excitante vida de Lampião, não teria tido nunca força para o empurrar a escrever a seu respeito, não tivesse havido algumas causas determinantes como essa recusa, como resposta de todos aqueles a quem ofereceu o material e o gosto pelos desafios, tônica pessoal de Bezerra Maciel, em tudo, desde a infância.
    Não se constrói com lama uma casa, mas com material sólido. Assim também, não se retrata a personalidade de um gênio com seus erros. Mas com seus valores reconhecidos e proclamados. Os erros podem até ser meros acidentes ocasionados por imperativos circunstanciais. Enquanto este relato é a voz da justiça exigida pelo reconhecimento da verdade histórica.
    De fato, para um juízo em dimensão adequada de alguém, principalmente de projeção relevante no cenário da história, é necessário antes de tudo conhecer-lhe a vida com objetividade de intenções e sentimentos. A não ser se admita o profetismo - no sentido de especulação e palpite -, como conotação da historicidade. Sem conhecimento biográfico completo, fica-se perdido no mundo indimensionado das flutuações teóricas, das distinções e subditas especiosas e bizantinas, de manquejantes conclusões enfeitadas de ouropéis vocabulares taxados de científicos. Reprovar ou condenar dá tanta inspiração e eloqüência! Haja vista determinados comícios político-eleitorais, determinadas arengas parlamentares, determinados artiguetes jornalísticos, ou livros de lixeratura...
    E afirma Maciel: "Não há nenhuma assemelhação dos meus estudos sobre Lampião com fantasiosas tentativas de reabilitação, sem base documentária, de Calabar, Barrabás, Judas Iscariotes...Histrionice dizer, sem conhecer, que minha obra é um "endeusamento" de Lampião.
    Para a maioria dos brasileiros, trata-se, Frederico Bezerra Maciel, de um ilustre desconhecido, esquecimento esse, a nosso ver, proposital, tal qual uma queima de arquivo histórico-cultural. Tal indiferença diante de seu esforçado trabalho é uma prova evidente de mais uma tentativa de impedir, de forma covarde, capciosa e confundidora que as pessoas conheçam a verdadeira história do Brasil, que vem sendo distorcida, mutilada e forjada há muito tempo.
    Dedicou a maior parte de sua vida a fim de legar à História um dos trabalhos mais bem feitos realizados até hoje. Torna-se impossível alguém repetir ou superar o trabalho realizado por esse corajoso e competente historiador, uma vez que não seria possível, hoje, ter contato direto com a maioria dos personagens que compõem esta fascinante história, conviver com eles, entrevistá-los, sentir e recolher todas as informações diretamente da fonte de forma tão fiel e poética como ele fez.
    Ficou comprovado pelo nosso departamento de memória histórica que nenhum autor, consultado entre mais de 40 obras, teve a responsabilidade biográfica do Padre Maciel. Portanto, alertamos que alguns excertos e citações aproveitadas de outros autores em nosso artigo Lampião, o Capitão do Nordeste!, não significa o nosso reconhecimento de tais obras, de forma global, como correspondentes à verdade, mas sim apenas os trechos selecionados. Ficando reservado à Frederico Bezerra Maciel a principal fonte de onde conseguimos obter a água pura e cristalina da verdade histórica que cumpre o dever de resgatar a imagem do ilustre brasileiro Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião.
    Não é um paradoxo para nós que um historiador da cepa de Maciel tenha sido banido do rol dos principais escritores e historiadores brasileiros num país onde se inventa e promove um medíocre pigmeu como Euclides da Cunha que distorceu a história do sertão nordestino e seu misterioso personagem Antônio Conselheiro, às custas de centenas de reportagens da mídia do sistema principalmente do jornal o Estado de São Paulo para o qual esteve a serviço, desde sua fundação, como jornalista. Trabalhou, propositadamente, no sentido de transformar a Guerra de Canudos num caso de patologia coletiva. Demonstrando com isso um reflexo condicionado do seu cérebro de barata. A verborragia empolada de Euclides da Cunha não combina nem com a paisagem do sertão e menos ainda com sua gente. Melhor seria se ele tivesse escrito um livro sobre a Antártida cuja temperatura combina perfeitamente com seu temperamento aguado e gelado. De forma descarada adotou um estilo de escriba europeu para falar do sertão, aonde esteve, em "missão", a serviço da República, vestido à rigor com um guarda- roupas de D. Pedro II, ou seja, de polainas e chapéu alto (cartola). Mantendo-se sempre à pelo menos 5km de distância do conflito e mesmo assim se retirando antes da hora incomodado com a canícula, as cobras e com os pernilongos e os mosquitos, que, com certeza, deviam ser monarquistas.
    Voltando a Maciel, além da genialidade, espontaneidade e responsabilidade com que realizou o trabalho sobre Lampião - o que nos motivou a reconhecer sua obra como única e insuperável diante da riqueza dos fatos nela narrados -, para nós, da Humanus, o ponto determinante que fez com que publicássemos esta homenagem à este escritor sensível e ainda um amplo artigo sobre Lampião, que se verá a seguir, foi quando deparamo-nos com um fato revelado pelo autor no 5º volume da obra Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado:
    " - ...E até - parece incrível - alguém cujo nome não é possível revelar para não ofender a família "honrada" e "nobre", do tal, fingindo-se surpreso, dizia, "ainda se fala nesse homem?!" (isto é Lampião), propôs, sob sigilo, ao autor desta obra, a troca de uma boa casa dele, proponente, por todo o volumoso material de pesquisas feitas durante mais de 30 anos sobre Lampião. Para que fim? 'Queimar tudo ali mesmo, na hora!'.
    Entretanto, se 'nada daquilo prestava', conforme alegava, por que querer comprar e por preço tão alto?"
    E encerra ele este mesmo volume: "Todo o que foi respigado, classificado e exposto - (na obra) - atesta o reconhecimento muito vasto e profundo, em todos os ramos do interesse humano sobre o indubitável valor pessoal e histórico-social de Lampião. Que nem o ódio conservado por tradição dos antigos inimigos e nem a caturrice de determinados "mestres", presunçosos donos da verdade e do saber, podem sequer abafar ou escurecer. Reconhecimento este que se elevou em grandioso monumento indestrutível, marcante de sua vida e de sua história, no seu tempo e no seu reinado de ontem e de hoje, de sempre."
    Amém.

    Frederico Bezerra Maciel

    Teve a hombridade e a coragem de renunciar a descarado suborno de tentar fazer desaparecer da história do Brasil o único e verdadeiro documento fruto de 30 anos de investigação, séria e corajosa que só um espírito sensível e amante da verdade poderia realizar reproduzimos a tentativa de suborno feita ao mais ilustre historiador nordestino:
    E é impressionante observar os métodos dos macacos de 1920 com os gorilas dos terceiro milênio: trata-se indubitavelmente de fazer qualquer beato acreditar piamente na reencarnação, ou seja, os macacos de então reencarnados gorilas estão.
    Único material encontrado das centenas de livros escritos sobre Lampião a única obra da qual verdadeiramente pode nos ser de real utilidade foram os seis volumes do historiador pernambucano que nós consideramos o maior historiador nordestino que durante 30 anos dedicou sua vida pesquisando e extraindo a verdade dos fatos sem envolvimento emocional e sem temer a ameaças de caráter político, um verdadeiro humanus digno de constar como destaque neste Anuário Cultural.


                         FONTE DE PESQUISA: GOOGLE.




                                                     LIO DE SOUZA

    quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

    A COLONIZAÇÃO DO SERTÃO DE PERNAMBUCO

                                                  FAMÍLIAS QUE COLONIZARAM O ALTO SERTÃO DE PERNAMBUCO
                 
    
    ESCRAVOS QUE FUGIAM DOS ENGENHOS DE CANA DE AÇUCAR NA ZONA DA MATA.
    

    
    IDEM
    
    GRANDES FAZENDEIROS VINDO DE OUTRAS REGIÕES

    
    JESUITAS
    
    
    CANGACEIROS
    

    
    ÍNDIOS
    
    
    PADRES CATÓLICOS
    
    
    FAZENDEIROS E SEUS BANDOS
    

                     AS 50 FAMÍLIAS QUE COLONIZARAM O SERTÃO DE PERNAMBUCO.

    Para tratar das famílias que colonizaram o nordeste do Brasil é preciso que se reporte às ações anteriores ao descobrimento: expedições exploradoras, expedições aventureiras, expedições colonizadoras, capitanias hereditárias e implantação de governos gerais, bandeirantismo, sertanismo, período joanino, impérios e momentos em que, casualmente, algumas famílias portuguesas e de outras nações amigas já aportavam no Novo Mundo. Todos esses planos, de alguma forma vão repercutir na permanência das famílias e na formação de uma cultura mestiça, tendo em vista que os portugueses já encontraram muitos moradores, remanescentes de outras tentativas de ocupação com os quais tiveram que se relacionar. Nas expedições, o interesse era o reconhecimento da terra para posterior posse, ocasião em que os possíveis donos verificavam as possibilidades de enriquecer aqui, faziam levantamento do que existiam em termos de recursos naturais e marcaram territórios. Com o fracasso das capitanias hereditárias no Brasil, em que apenas as de Pernambuco e de São Paulo prosperaram, os portugueses começaram outros planos estratégicos para ocupar a terra "achada", e é aí que começa o processo concreto de ocupação: a colonização com os governos gerais, a partir da Bahia:
    Aos bandeirantes do ciclo baiano deve-se à exploração e colonização do Nordeste. O São Francisco e grande parte dos territórios de Pernambuco, Piauí, Maranhão e Ceará, foram devassados pelos nossos intrépidos sertanistas. E, quase sempre, a iniciativa e êxito de tão grandes empresas levou-os a Casa da Torre, a mais audaz e poderosa do Brasil colonial. Os Avilas, além de se afoitarem, pessoalmente, ao mais longínquo sertão, ordenaram, sob a direção de subordinados seus, entradas de que resultariam excelentes descobertas. Muitos dos melhores bandeirantes do Sul, e outros do Norte, estiveram, ora sob o controle direto dos senhores da Torre, ora associados às expedições que estes organizaram. Acresce, para seu elogio, que os Avilas foram, antes do mais, criadores de gado, isto é, colonizadores e civilizadores por excelência. Abriram as melhores estradas do Norte. E é justo dizer-se que os seus currais tornaram-se, muitos deles, centros de capital importância econômica, sobretudo os que se disseminaram pelo S. Francisco, o rio que Capistrano chamou "condensador da população. ...". (Godofredo Filho)
    Pode-se afirmar que foi esse o projeto português mais viável e bem sucedido que se conhece, em termos de organização, uma extensão descentralizada da corte, porém, totalmente vinculada aos seus interesses, por intermédio das bandeiras com apoio dos próprios brasileiros. E essa história de desbravamento do sertão começa com Francisco Garcia D? Ávila da Casa da Torre, que atuava na Bahia como um poderoso gerente imediato do Governo Geral de Tomé de Sousa. O Brasão da família, utilizado como passaporte revela a importância desse cavalheiro, mostrando na sua simbologia, seus objetivos, metas, motivos e finalidades do empreendimento em terras onde tudo estava por fazer. Em síntese, a figura do vigilante principal de uma fortaleza e de outros em plano inferior que indicavam existir algo precioso para cuidar; árvores, florestas e ramificações direcionam para o sem limite de abrangência de sua atuação no sertão, além das cores que se impõem representadas pelo preto, azul, verde e amarelo, significando a missão de administrar exércitos para desbravar o campo e descobrir os rios, em busca de riquezas que enobreçam a coroa.



    A maioria das famílias que participou da colonização do nordeste do Brasil saiu de portos de Portugal, mesmo que muitas delas não tivessem origem portuguesa, como muitos querem. Algumas famílias dessa origem eram consideradas nobres, pois seus nomes estavam vinculados à dinastia detentora da monarquia e do domínio da terra, ou seja, tinham alcançado prêmios basões, armas e escudos por serviços prestados ao reinado português. Outras eram pertencentes a grupos invasores, religiosos rebeldes, catequizadores, cristãos novos e camponeses de diversos pontos da Ásia, África, Índia e da própria Europa os quais imigraram para Portugal e Espanha, buscando melhores condições de vida na terra prometida. Conforme cronistas e relatos sobre o Brasil colônia, poucas mulheres européias vieram nos primeiros momentos; os homens deixavam suas famílias na Europa e traziam consigo auxiliaries e parentes do gênero masculino. Alguma mulheres que vieram nas primeiras expedições eram dregredadas ou exiladas da corte portuguesa ou espanhola. O nome dessas famílias está quase sempre associado a uma origem toponímica, ou seja, a um ponto geográfico de onde saíram, isto não significando que sejam realmente originárias daquele lugar, uma vez que grande parte dos que imigravam eram degredados, religiosos, militares, pesquisadores. Muitos navios, barcos e caravelas cruzaram o Oceano Atlântico durante anos, trazendo famílias, à medida que a propaganda do progresso da nova terra chegava à Europa.
    Segundo o historiador cearense Capistrano de Abreu (1976) em seu livro "Capítulos de História Colonial de 1500 a 1800", ao tratar da conquista do sertão nordestino, afirma que é comum se pensar nos paulistas quando se fala em bandeirantes e entradistas, mas foram muitos os bandeirantes do litoral do próprio nordeste que entraram no interior da Bahia, Alagoas, Paraíba, Ceará e Pernambuco, margeando o rio São Francisco, procurando índios para escravizar. Para ele, a colonização, a princípio,fez-se no litoral; porém, os primeiros colonizadores não deixaram de se meter pelo sertão, levados pela ambição por metais e pedras preciosas. Inicialmente, exploradores, despovoadores, porque não encontrando ouro, submetiam os índios e vendia-os como escravos. Algumas vilas que já tinham sido sede de capitanias no passado, e que não prosperaram, passaram a destacar-se como sesmarias para centros de povoação e de dispersão de colonos.
    A tendência dos povoadores que saíam do litoral de Pernambuco era o rio São Francisco, visando entrar no sertão para aos poucos se estabelecer com a cana de açúcar e rebanhos. Assim, pode-se dizer que foi do litoral que partiram as marchas para a colonização do interior. Também é possível afirmar que muitos colonizadores do sertão de Pernambuco foram bandeirantes, sertanistas ou descendentes de bandeirantes e sertanistas, militares armados para combater índios. No caso de Pernambuco, eram os índios carijó e cariri mais numerosos que viviam às margens do rio São Francisco e que ainda hoje sobrevivem com outras denominações, tais como: Truká, Pancararu Carijó, Tuxá, Cariri, Rodela e Crateú.
    Neste capítulo, apresenta-se a origem de cada família que participou da colonização do sertão de Pernambuco, com seu respectivo brasão e rápidas informações históricas dos sobrenomes. Entretanto, algumas famílias não apresentam escudo ou brasão de Portugal, como é o caso das famílias Agra, Alencar, Lustosa e Angelim, as quais tinham simbologias independentes, tanto por não ter origem portuguesa e por participarem da colonização por iniciativa própria, ou seja, tinham recursos próprios e não dependiam da coroa portuguesa para embarcar para o Brasil. Constata-se que, as famílias que aqui chegavam, precisavam apresentar símbolos das ocupações e documentos, comprovando ser católicos e estar a serviço da coroa portuguesa para ser bem atendidas na distribuição e arrendamento das terras pelos administradores reais, embora as famílias autônomas tivessem regalias e viessem com carta real de apresentação ou brasão e escudo de armas da Espanha ou da Itália.


    Conforme dados extraídos de genealogias de portugueses no Brasil, é imensa a lista das principais famílias que, mesmo tendo entrado no Brasil, pelos mais diversos portos e pontos, chegaram ao nordeste no século XVI, primeiro no periodo das capitanias (de 1535 a 1549 ) para trabalhar, cumprindo sua missão de transmitir sua cultura, transferir suas memórias, preservar seus valores, reinventar sua história e construir uma nova identidade para si mesmo e para sua descendência, principalmente, no Alto Sertão de Pernambuco. Foram muitas as famílias que se formaram junto com o povoamento do sertão, oriundos de várias nacionalidades, tais como: espanhola, Africana, inglesa, francesa, holandesa e árabe, mas a maioria sendo de descendência portuguesa, cuja missão era cuidar da terra do reino e preservar a religião das suas famílias de origem e da monarquia. Entretanto, neste estudo estão elencadas apenas as 50 famílias que saíram de Portugal no period dos Governos Gerias, com a finalidade de ocupar as terras do sertão, entre essas as 38 famílias da Fazenda Panela D?Água descritas por Marlindo Pires (1994) em seu livro de Genealogia, mas que, de alguma forma entraram na região de Parnamirim, pelos seus principais patriarcas ou seus descendentes, seja pelo comércio nas feiras seja participando nos ofícios da religião ou criando gado, cuidando de roças e influenciando na política.
    No Século XVII, os imigrantes mais tarde considerados pelos portugueses como exploradores ou invasores eram também arrendatários, com consentimento real, carta de autorização do Morgado, Quinta ou Aldeia por onde tenha vivido em Portugal e até brasões, armas e escudos, para chegar no Brasil colônia com moral e ser recebido com respeito. Há documentos nos museus de Salvador, Olinda e Recife que comprovam ter sido arrendadas muitas terras para os ingleses, franceses e holandeses no Rio de Janeiro, na Bahia, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão, para tal havendo acordos e pagamentos de um sexto da renda, tributo que deu nome às sesmarias. Consta em documentos que Nassau e outros estrangeiros, tais como italianos, alemães, austríacos e árabes conseguiram sesmarias tanto em Pernambuco e no Ceará quanto no Rio Grande do Norte e na Bahia, além de inicialmente ser hóspedes da Côrte e até ter sido apresentados aos brasileiros da aristocracia como pessoas nobres.
    No caso do conde holandês Maurício de Nassau, foi exibido pelo senado da monarquia como príncipe, título que ele nunca teve, isto porque estava no entusiasmo da amizade real. Os desentendimentos começam quando esses estrangeiros começam a influenciar os brasileiros a lutar contra a Monarquia, a rejeitar a religião tradicional e a censurar a escravatura, bem como o estímulo às campanhas contra os portugueses em relação à dominação indígena e monopólio da religião. Conta-se que para conseguir mais domínios, esses estrangeiros, depois de instalados, se aliavam aos indígenas e mestiços, sugerindo maneiras de lutar pela liberdade, a qual eles também não pensavam conceder. É possível que várias conquistas dos brasileiros em relação à liberdade política tenham se originado a partir daí, tanto pela ganância dos invasores quanto pelo monopólio dos colonizadores.
    Documentários e Registros de Imigrantes dão conta de colonizadores que se deslocaram de Portugal para o Brasil, a partir do século VXIII, aproximadamente em torno de 1730. As famílias inscritas eram cadastradas em grupos, de acordo com o porte dos navios para comportar todos os familiares e seguindo um procedimento de ocupação de área, por tipo de trabalho que sabia realizar, definindo as áreas de acordo com o clima, o qual deveria ser idêntico ao da região de onde viera. Um exemplo são as 38 famílias de origem portuguesa que ocuparam a área da Grande Fazenda Panela D?água, região entre chapadas do vale do rio São Francisco, além das famílias que aqui já estavam decorrentes das expedições anteriores, as quais já tinham experiências em seu local de origem com a agricultura de subsistência e pecuária bem como as que vieram de forma autônoma, sem subordinação à coroa.
    Com base em leituras sobre a procedência desses colonos, no seu local de origem essas famílias eram de pequenos agricultores das regiões das áreas montanhosas de Portugal e Espanha e camponeses de área ribeirinha, acostumados à pecuária e ao plantio e colheita em várzeas e margens de rios. Alguns historiadores contam que, na época, o Brasil estava dividido em Províncias do Norte, todo o norte e nordeste, com sede em Salvador, e Províncias do Sul , sudeste, sul e centro oeste, com sede no Rio de Janeiro. Assim, a capital que era na Bahia, ficava distante de qualquer ponto e o clima e a atividade que cada colono exercia no seu lugar de origem eram fatores determinantes para fixá-lo nas áreas para desenvolver suas atividades sem precisar de assistência. (Wilson Martins, História da Inteligência Brasileira).
    Deste modo, quase todas as áreas que os colonos ocuparam no sertão de Pernambuco eram espaços das antigas sesmarias que, mais tarde foram doados aos bandeirantes, que por sua vez arrendavam aos sertanistas, com distâncias de léguas entre elas, onde devia figurar uma capela, a sede da fazenda, currais, açudes e áreas de plantações. A extensão de cada sesmaria era, mais precisamente, o que corresponde hoje aos territórios de cada município que existe hoje: Belém, Cabrobó, Floresta, Itacuruba, Mirandiba, Serra Talhada, Belmonte, Flores, Triunfo, Bodocó, Orocó, Ibó, Terra Nova, Parnamirim (antiga Leopoldina) Serrita, Salgueiro e Exu.
    Sobre as famílias da fazenda Panela D?Água, há o trabalho de genealogia de Marlindo Leite Pires, importante material de consulta para os que buscam saber mais sobre a história do Sertão de Pernambuco. Pires (1994) traz dados significativos sobre essas famílias e suas origens, as quais são elencadas em ordem alfabética, constando as 38 famílias que formavam a Fazenda Panela D?Água: Aguiar, Alencar, Almeida, Alves, Araújo, Barros, Brandão, Brito, Campos, Carvalho, Coelho, Cruz, Ferreira, Fernandes, Fonseca, Gomes, Gonçalves, Lima, Lira, Lustosa, Machado, Magalhães, Matos, Melo, Mendonça, Menezes, Medeiros, Miranda, Neves, Nogueira, Novais, Sá, Sampaio, Soares, Silva, Silveira, Torres, Uchôa.
    Essas famílias foram se mesclando com algumas que já estavam, as quais se tornaram proprietárias de grandes fazendas remanescentes de antigas sesmarias de criação de gado e plantação de cana e algodão, muitos descendentes de donatários, de bandeirantes, de milícia portuguesa e de sertanistas, tais como: Andrade, Agra, Costa, Dias, Duarte, D?Ávila, Garcia, Lopes, Pereira, Pires, Rodrigues. Outras famílias que chegaram depois, provenientes já de outros estados do Brasil, de outras descendências, além da portuguesa, francesa, inglesa, holandesa, inglesa e árabe, principalmente do litoral, as quais vieram para se dedicar a serviços públicos na escrituração, na abertura de estradas e de açudes e atividades de iniciativa privada, na agricultura e no comércio de roupas, de gado e de terras: Albuquerque, Belfort, Cantarelli, Caribé, Cavalcanti, Candeia, Ferraz, Freire, Leal, Luz, Marques, Moura, Ramalho, Roriz, Silveira, Trapiá, Uchôa. Tendo em vista que a maioria dos colonizadores do sertão de Pernambuco era de origem portuguesa, muitos de outras origens assumiram um sobrenome português ou aportuguesaram seus nomes para facilitar a convivência, principalmente no caso dos estrangeiros aqui residentes considerados invasores; no caso de mestiços com índio ou negro, estes passaram a fazer parte do patrimônio das fazendas e tornaram-se Silva, Pereira, Carvalho, Almeida, Alencar e outros, geralmente com o consentimento dos senhores de engenho e coronéis. Também ocorrendo que alguns brasileiros de movimentos nativistas passaram a acrescentar ao seus nomes apelidos indígenas: Araripe, Jatobá, Cariri, Mororó, Moxotó,etc.
    Entre as mais antigas do sertão pernambucano, principalmente as da região banhada pelo Rio Brígida, são consideradas as famílias Agra e Alencar, que figuram como as pioneiras na região, cujo objetivo era a ocupação das terras para cuidar das fazendas de gado que, mais tarde foram adquiridas por Martinho da Costa Agra, genro de Brígida de Alencar. Esse espaço aos poucos foi sendo naturalmente redistribuído; os herdeiros foram loteando e vendendo suas terras para outras famílias, vindas de outras cidades da circunvizinhança, de outros estados e de outras regiões, principalmente do Norte e de outros estados do próprio Nordeste. Assim, outros sobrenomes passaram a figurar nas relações de parentesco e de amizades das primeiras famílias, entre as quais, no caso das que vieram para o sertão, estão incluídas também as que formaram a cidade de Leopoldina, área que, atualmente, corresponde ao município de Parnamirim.
    Neste capítulo são apresentadas as 50 famílias, em ordem de importância, de acordo com a época de chegada, conforme o porte e capacidade de cada frota, descendentes dos que vieram de Portugal com o compromisso de divulgar a religião, defender a monarquia, exercer o seu ofício de família, proteger as terras e riquezas de domínio real, além de lutar pela sobrevivência sem onerar para a Côrte. Estão incluídas nesse rol as 38 famílias da Fazenda Panela D?Água (ver Marlindo Pires) mais 12 famílias que embarcaram no mesmo período em Portugal com o mesmo objetivo. Algumas que tinham outras procedências e vinham para desenvolver outras habilidades específicas das necessidades da época, mas que não permanceram na região, não são estudadas aqui. Atividades esporádicas, tais como: mineração, marcenaria, ferragens, construção de casas e barcos, fabricação de tijolos e telhas, implementação da religião e dos bons costumes, irrigação e drenagem, fiação e fabricação têxtil, beneficiamento de grãos e plantio de cereais, criação de animais, extração de madeiras e ervas do sertão, além de conhecimentos de navegação, edificação de fortalezas e muros para treinamento de guerra e combate, essas famílias são mencionadas, mas não estão descritas, porque o objetivo do trabalho é enfatizar as que, de algum modo, contribuiram para a formação dessa região com a atividade pastoral e continuaram no sertão. Essas 50 famílias são pioneiras e responsáveis pela criação das cidades no interior de Pernambuco, principalmente do Alto Sertão do Cariri, passando pela região de Salgueiro até o Médio São Francisco, a partir da famílias Alencar, Agra, Araújo, Barros, Costa, Diniz, Freire, Lopes e Sá.

                                           FONTE DE PESQUISA:  GOOGLE


                                                        LIO DE SOUZA